PALAVRAS MUITO SÁBIAS :
Muito para pedalar, pouco que se possa falar.
- Renato Zerbinato -
Minha história com a bicicleta não é muito diferente de qualquer outra pessoa:
"Sempre gostei de bici, um dia fui de bici pro trabalho, gostei e nunca mais parei..."
O relato se repete em todos os cantos que vou, em todas as conversas, assim como outros assuntos importantes para quem está diariamente pedalando sozinho no trânsito da cidade.
Sim! Somos frágeis!
Sim! Precisamos de respeito, precisamos ser vistos, precisamos que todas as esferas do governo trabalhem com afinco para mudar essa situação.
Lembro que em 2008 eu estava morando em Palmas-TO e usava a bicicleta o tempo todo e percebia que apesar da cidade inteira usar a bicicleta, poucos motoristas nos respeitavam. Talvez tenha sido quando eu comecei a PENSAR a bicicleta ao invés de apenas pedalar.
Um dia, ao voltar do trabalho, me deparei com a notícia da morte da Márcia Prado em SP e fiquei estressadíssimo: "Como pode alguém estar em sua bicicleta, ser atropelado, morto e ficar por isso mesmo? Pior ainda, como é que as outras pessoas podem achar que estamos errados?". Foi quando decidi que tinha a obrigação de fazer algo, de contribuir de alguma forma para mudar esse contexto.
No começo de 2009 retornei à Brasília e desde então tenho me dedicado integralmente à questão da bicicleta. Fui muito bem acolhido pelos amigos da Massa Crítica local e conheci pessoas interessantíssimas, muitas as quais devo estar onde estou hoje, trabalhando com o que amo.
Em todo este tempo, o foco é, ou deveria ser único: "cessar as mortes de ciclistas!", mas por vezes me vejo perdendo tempo em debates e conceitos de temas que nunca se chegarão a um termo final. De que me vale afinal de contas, ficar discutindo se é melhor uma ciclovia segregada ou uma faixa compartilhada, bem sinalizada, se enquanto a solução não vem as pessoas continuam morrendo?
Hoje está sendo um dia estranho, era para ser um dia bom, sexta-feira, dia de reencontrar meus amigos e trazer as milhares de novidades que rolaram durante o 1º Fórum Mundial da Bicicleta, em Porto Alegre.
Era para ser um dia descontraído, mas está quente e desconfortável!
Li com tristeza sobre a morte de mais um ciclista em Brasília, um amigo me disse que o cara morreu no caminho que ele faz diariamente, isso me doeu muito, poderia ter sido meu amigo, poderia ter sido eu. Não existe maneira de eu não me sentir responsável por qualquer acidente, envolvendo qualquer ciclista no DF, impossível...
Em seguida veio a notícia da morte da amiga em SP, na Avenida Paulista, quase na mesma hora, quase da mesma forma, como se sentir seguro pedalando ao lado de um ônibus guiado por profissionais (?) completamente despreparados?
E logo depois... mais um ciclista morto, desta vez em Belém...
Então é assim? 3 ciclistas mortos num só dia e nada vai acontecer de novo?
Poxa, acabamos de sair do 1º Fórum Mundial da Bicicleta, foi excelente, idéias, planos, soluções... mal acordei da profunda imersão em Porto Alegre e agora isso...
Neste exato momento está acontecendo a manifestação em SP, a vontade é de sair na rua, gritar e não descansar até encontrar a solução.
Mas conversamos, isso é bom entre os ciclistas, conversamos muito, e concordamos, não podemos ficar mais apáticos diante disso. Então estamos convocando os amigos para se juntar à BICICLETADA NACIONAL, até o momento são 12 cidades se organizando para ir às ruas e deixar o seu recado:
Chega de mortes no trânsito! Queremos pedalar em segurança, exigimos respeito!
- Renato Zerbinato -
Minha história com a bicicleta não é muito diferente de qualquer outra pessoa:
"Sempre gostei de bici, um dia fui de bici pro trabalho, gostei e nunca mais parei..."
O relato se repete em todos os cantos que vou, em todas as conversas, assim como outros assuntos importantes para quem está diariamente pedalando sozinho no trânsito da cidade.
Sim! Somos frágeis!
Sim! Precisamos de respeito, precisamos ser vistos, precisamos que todas as esferas do governo trabalhem com afinco para mudar essa situação.
Lembro que em 2008 eu estava morando em Palmas-TO e usava a bicicleta o tempo todo e percebia que apesar da cidade inteira usar a bicicleta, poucos motoristas nos respeitavam. Talvez tenha sido quando eu comecei a PENSAR a bicicleta ao invés de apenas pedalar.
Um dia, ao voltar do trabalho, me deparei com a notícia da morte da Márcia Prado em SP e fiquei estressadíssimo: "Como pode alguém estar em sua bicicleta, ser atropelado, morto e ficar por isso mesmo? Pior ainda, como é que as outras pessoas podem achar que estamos errados?". Foi quando decidi que tinha a obrigação de fazer algo, de contribuir de alguma forma para mudar esse contexto.
No começo de 2009 retornei à Brasília e desde então tenho me dedicado integralmente à questão da bicicleta. Fui muito bem acolhido pelos amigos da Massa Crítica local e conheci pessoas interessantíssimas, muitas as quais devo estar onde estou hoje, trabalhando com o que amo.
Em todo este tempo, o foco é, ou deveria ser único: "cessar as mortes de ciclistas!", mas por vezes me vejo perdendo tempo em debates e conceitos de temas que nunca se chegarão a um termo final. De que me vale afinal de contas, ficar discutindo se é melhor uma ciclovia segregada ou uma faixa compartilhada, bem sinalizada, se enquanto a solução não vem as pessoas continuam morrendo?
Hoje está sendo um dia estranho, era para ser um dia bom, sexta-feira, dia de reencontrar meus amigos e trazer as milhares de novidades que rolaram durante o 1º Fórum Mundial da Bicicleta, em Porto Alegre.
Era para ser um dia descontraído, mas está quente e desconfortável!
Li com tristeza sobre a morte de mais um ciclista em Brasília, um amigo me disse que o cara morreu no caminho que ele faz diariamente, isso me doeu muito, poderia ter sido meu amigo, poderia ter sido eu. Não existe maneira de eu não me sentir responsável por qualquer acidente, envolvendo qualquer ciclista no DF, impossível...
Em seguida veio a notícia da morte da amiga em SP, na Avenida Paulista, quase na mesma hora, quase da mesma forma, como se sentir seguro pedalando ao lado de um ônibus guiado por profissionais (?) completamente despreparados?
E logo depois... mais um ciclista morto, desta vez em Belém...
Então é assim? 3 ciclistas mortos num só dia e nada vai acontecer de novo?
Poxa, acabamos de sair do 1º Fórum Mundial da Bicicleta, foi excelente, idéias, planos, soluções... mal acordei da profunda imersão em Porto Alegre e agora isso...
Neste exato momento está acontecendo a manifestação em SP, a vontade é de sair na rua, gritar e não descansar até encontrar a solução.
Mas conversamos, isso é bom entre os ciclistas, conversamos muito, e concordamos, não podemos ficar mais apáticos diante disso. Então estamos convocando os amigos para se juntar à BICICLETADA NACIONAL, até o momento são 12 cidades se organizando para ir às ruas e deixar o seu recado:
Chega de mortes no trânsito! Queremos pedalar em segurança, exigimos respeito!
Bicicletada Nacional dia 06 de março, terça-feira. Na sexta-feira 02/03 morreram três ciclistas atropelados por em São Paulo, Brasília e Belém. Há menos de um mês um menino de seis anos de idade também foi atropelado e morreu em Porto Alegre.
Convocamos uma Bicicletada Nacional em solidariedade às vítimas do trânsito e pedindo mais respeito e prioridade nas políticas públicas de mobilidade.
Aracaju (SE): 20 hs, Mirante da Treze de Julho
Brasília (DF): 19h, Praça das Bicicletas (Museu Nacional);
Caxias do Sul (RS): 19h, em frente a Prefeitura Municipal;
Curitiba (PR): 19h, Pátio da Reitoria (UFPR) Amintas de Barros (entre Dr. Faivre e Gen. Carneiro);
Florianópolis (SC): 19h, Skate Park Trindade (em frente ao Iguatemi);
Manaus (AM): 19h30, Parque dos Bilhares (lado da Constantino Nery);
Maringá (PR): 19h, Praça da Catedral;
Porto Alegre (RS): 19h, Largo Zumbi dos Palmares (EPATUR);
Recife (PE): 19h, Praça do Derby
Rio de Janeiro (RJ): 18h30, na Cinelândia (em frente ao Cine Odeon);
Salvador (BA): 19h, Largo da Mariquita;
São Paulo (SP): 19h, pça do ciclista (av. Paulista X rua da Consoloção)
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